Convergência entre Emergentes e EUA
- enricoballarati
- há 4 dias
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O Presente Chinês

A forte decepção dos 100 dias iniciais da nova administração americana aparece nas pesquisas de opinião pública e nos indicadores de confiança da população.
Esperava-se do novo Governo a atuação em 3 frentes: Tarifas, Desregulação e Corte de Tributos. Veio somente a guerra de tarifas, provocando desestabilização dos modelos de produção e do funcionamento da economia global. O vai e vem das decisões, tornou impossível desenhar o plano de negócios de qualquer empresa e algumas estão divulgando versões alternativas de orçamento, com previsões de vendas que dependem das tais tarifas.
Apesar do Governo americano já ter recuado, a confusão continua e a relação de confiança foi quebrada. Mesmo que se cancelasse tudo que foi implementado ou falado, não voltaríamos ao cenário anterior de confiança mútua. Nos mercados a variação de preços demonstra a instabilidade criada.
Nos EUA houve a antecipação generalizada de compras, procurando-se evitar a alta de preços pelo impacto das tarifas. Porém, espera-se forte desaceleração a partir dos próximos dois meses.
Nas próximas semanas deveremos ter a divulgação de indicadores demonstrando a fraqueza da economia. No dia 30 já vimos, na China, o anúncio da queda da produção industrial e nos EUA, no mesmo dia, a divulgação tanto do PIB do 1º trimestre mais fraco, quanto de preços mais altos.
Enquanto isso, mercados emergentes se beneficiaram desse movimento de fuga dos ativos americanos, bem como em outros países desenvolvidos, onde moedas japonesa e suíça se valorizaram bastante.
Nesse ambiente, os EUA tendem a perder mais e o resto do mundo perde menos, mas o resultado final é ruim para todos. Além disso, para países mais pobres e para os mais dependentes da relação com Estados Unidos, pode ser muito dolorido.
A China se sai como o grande vencedor desse desarranjo. Há anos os chineses buscam estabelecer uma nova ordem econômica global e ganhou de presente. Com o atentado às instituições americanas e ao “rule of law”, os países asiáticos estão se alinhando à gravidade da atração chinesa e vários outros blocos, como Europa e AL, terão o mesmo destino, talvez com menor intensidade.
A conclusão é que muito ainda está por vir e a Panamby Capital sugere manutenção em liquidez para aproveitar as oportunidades que surgirão com essas mudanças geopolíticas e fugir dos ativos americanos.
Abaixo elaboramos com mais detalhes essa análise e as sugestões de alocação.
Boa leitura!!
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